sábado, 10 de março de 2012

vi rebentos de cânhamo

Eu já desconfiava que algo estava errado quando vi rebentos de cânhamo a sair do cabelo da tia Eulália. Então decidi investigar e acabei por perceber a origem do prodígio. Quando a tia usou uma peruca primeira vez, ela percebeu que lhe assentava mal. A tia é baixinha e tem uma cabeça pequena demais. Ela tentou prender a peruca com ganchos, mas caía-lhe. Tentou encher com umas esponjas pequenas, mas levantava-se-lhe a cabeleira. Então, como tinha uns canários, colocou uma meia de lycra cheia de comida de pássaro debaixo da peruca e andou assim algum tempo, até lhe começarem a crescer plantas na cabeça. Há pouco tempo, um primo meu, que sempre foi um pouco desassizado, pediu autorização à tia para cortar um pedaço de cânhamo da peruca e alegou que era porque queria fazer um charro para ficar "alto". A tia não percebeu e exclamou "se fores como a tua mãe nunca serás alto!" Furiosa, atirou a cabeleira pela janela, e ela caiu em cima da haste da bandeira do CDS-PP. Ainda lá está. Correm rumores pela cidade de que aquilo é uma provocação dos anarquistas, mas eu sei que não é.

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