Há muitos livros abandonados nos alfarrabistas da cidade, e eu encontrei um que, pelo título, se dava ares de livro de terror, daqueles de casas assombradas. Como a minha mãe é apreciadora do género, eu comprei o calhamaço bolorento para ela. Mal ela me viu a tirar o livro do saco, exclamou:
“Esse Sir William Gates! Ele era cá um filho da mãe dum génio! C’um caraças! Onde foi que descobriste esta edição da Casa dos Microsoft? Ah! Tem os dois, inclui a Maldição da Sra. W. Update? Fabuloso, fabuloso!”
“Eu...”, balbuciei, “bem, pareceu-me o teu género.”
“Estava a ler um livro chato dum Lin… Lineu, Linus, ou Liné, sei lá, um sueco ou finlandês ou o diabo que o leve. Chama-se “A Savana dum Buntu”. É sobre África, e manadas de gnus desenhadas em grutas públicas. É chato, chato, chato. Mas vou acabar. Vai lendo tu esse do… do Sir William.”
Mas que má ideia que ela me deu! Ao abrir o livro na Casa dos Microsoft, demorei imenso a descolar as primeiras páginas. De repente, as janelas de casa abriram-se todas de uma vez, com uma ventania enorme. Tentei fechá-las, mas quando fechava uma, abria outra. Uma luz azul fixava-se no chão, onde se espalhavam códigos em hexadecimal, um clip animado saltava nas paredes e ouvia-se em toda a parte um tambor. Eu pensei que estava a enlouquecer, e chamei a minha mãe.
“Tu ouves isto?”
“O quê?”, disse ela, “estou noutra. Estou neste Lin… Lineu, ou lá o que é. Mas também é sobre cenas africanas.”
“Então não ouves?”
Eu avancei para a Maldição da Sra. W. Update e, ao mudar de página, reparava que faltava alguma coisa, e que tinha de voltar a ler. Grande seca. Então não dava para mudar, porque estava colada. Depois parecia que o enredo se estava a resolver, quando na verdade estava ainda a começar. Eu já estava a perder a paciência, quando a heroína, a Sra. Update, começava a falar de importantes riscos para mim, e eu esperei mais um bocado, porque fiquei com curiosidade. Pensei em deixar o livro a meio, mas quando tive coragem para acabá-lo, cheguei ao fim e faltavam páginas!
“Esse Sir William Gates! Ele era cá um filho da mãe dum génio! C’um caraças! Onde foi que descobriste esta edição da Casa dos Microsoft? Ah! Tem os dois, inclui a Maldição da Sra. W. Update? Fabuloso, fabuloso!”
“Eu...”, balbuciei, “bem, pareceu-me o teu género.”
“Estava a ler um livro chato dum Lin… Lineu, Linus, ou Liné, sei lá, um sueco ou finlandês ou o diabo que o leve. Chama-se “A Savana dum Buntu”. É sobre África, e manadas de gnus desenhadas em grutas públicas. É chato, chato, chato. Mas vou acabar. Vai lendo tu esse do… do Sir William.”
Mas que má ideia que ela me deu! Ao abrir o livro na Casa dos Microsoft, demorei imenso a descolar as primeiras páginas. De repente, as janelas de casa abriram-se todas de uma vez, com uma ventania enorme. Tentei fechá-las, mas quando fechava uma, abria outra. Uma luz azul fixava-se no chão, onde se espalhavam códigos em hexadecimal, um clip animado saltava nas paredes e ouvia-se em toda a parte um tambor. Eu pensei que estava a enlouquecer, e chamei a minha mãe.
“Tu ouves isto?”
“O quê?”, disse ela, “estou noutra. Estou neste Lin… Lineu, ou lá o que é. Mas também é sobre cenas africanas.”
“Então não ouves?”
Eu avancei para a Maldição da Sra. W. Update e, ao mudar de página, reparava que faltava alguma coisa, e que tinha de voltar a ler. Grande seca. Então não dava para mudar, porque estava colada. Depois parecia que o enredo se estava a resolver, quando na verdade estava ainda a começar. Eu já estava a perder a paciência, quando a heroína, a Sra. Update, começava a falar de importantes riscos para mim, e eu esperei mais um bocado, porque fiquei com curiosidade. Pensei em deixar o livro a meio, mas quando tive coragem para acabá-lo, cheguei ao fim e faltavam páginas!