segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

o sítio do salgueiro-chorão

Toda a gente que tem febre em Cedofeita parece ter aderido à moda de raspar o salgueiro morto na sombra dos guarda-chuvas. Tudo começou com um salgueiro-chorão que chovia mais do que as nuvens. Quem quisesse evitar as suas pingas, deveria atravessar a estrada e passar pelo passeio oposto, povoado de adolescentes que falavam e riam como bárbaros de telemóvel e mochila. Por isso, as pessoas de bom gosto optavam pelo duche do salgueiro e facilmente se constipavam, resolvendo obviamente o problema fazendo um remédio de casca de salgueiro que tratava a constipação e fazia a árvore chover ainda mais.
Esta planta eventualmente acabou por se arruinar com o vício de chover sobre as suas próprias raízes. Um senhor simpático, para salvar a árvore, plantou quatro guarda-chuvas no chão para tentar desviar a água das raizes do pobre salgueiro. Isso não adiantou, porque a planta acabou por morrer. Os guarda-chuvas, esses, pegaram e cresceram, e agora as pessoas que se querem abrigar da chuva vão para o sítio do salgueiro-chorão.